“Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende, e não há sucesso no que não se gerencia” (William Edwards Deming). Deming foi um consultor em processos produtivos mundialmente conhecido por consultorias empresariais de empresas do Japão e Estados Unidos, como a Ford, na década de 50.
A partir de seu trabalho pôde-se perceber que a gestão é o elemento essencial da cadeia produtiva determinante do sucesso do empreendimento. Essa gestão dá-se pelo planejamento estratégico, um processo gerencial de desenvolver e manter uma adequação razoável entre os objetivos e recursos da empresa e as mudanças e oportunidades de mercado.
De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, isso significa que o planejamento estratégico é uma ferramenta que possibilita visão clara, simples e precisa da situação atual da empresa e do rumo a se seguir, sendo que seus fins são analisar e gerir mudanças, melhorar os resultados da empresa e permitir a integração e aprendizagem de seus membros, realizando uma análise global, o que pressupõe uma dinâmica permanente de planejamento, execução, monitoramento, avaliação e ajustes.
A empresa pode não ter os melhores recursos disponíveis no mercado, mas para conquistar o sucesso, deve utilizar os que tiver da melhor forma possível. Não se trata também de um conjunto de ferramentas aleatórias, como uma caixinha de mágicas capaz de prever o futuro, mas de instrumentos especialmente desenvolvidos para auxiliar os gestores a tomarem decisões que podem afetar o destino da empresa. Sendo assim, em empresas bem sucedidas e lucrativas, um bom planejamento estratégico é imprescindível.
Segundo Glauco, primeiro define-se o ponto de excelência que a empresa quer atingir, por meio da visão, missão e dos valores.
A análise do ambiente representa a segunda fase do planejamento estratégico, pois a empresa descobre com o que está lidando, qual material ela tem disponível para ser gerenciado.
Por fim, define-se qual estratégia será adotada para utilizar os recursos disponíveis pela empresa a fim de atingir o ponto de excelência almejado. É neste terceiro ponto que se encaixa o processo de realização do planejamento estratégico.
No Planejamento Estratégico os resultados são obtidos a longo prazo, porém, obviamente, algumas ações repercutirão de imediato na empresa, mas o objetivo maior, alcançar a visão da empresa, somente será atingido ao final do planejamento, se este for bem sucedido.
Segundo a revista Fortune, cerca de 70% dos casos de fracasso empresarial deve-se a falhas não na escolha da estratégia, mas em sua execução. Dessa maneira, comprova-se, a posição essencial da Diretoria Vice-Presidência de se empenhar na realização do plano estratégico e na coordenação das atividades internas da empresa, para que não se perca de vista o panorama geral do empreendimento.
Percebe-se também que é fundamental a criação de uma cultura de gestão estratégica, afirma Glauco. Assim, o Endomarketing torna-se um elemento fundamental na difusão das informações e consciência do planejamento estratégico entre todos os membros da empresa.
Endomarketing é uma invenção recente da Administração, que busca adaptar elementos do marketing tradicional para uso no ambiente interno das corporações. Essa ferramenta é de incumbência do setor de Recursos Humanos da organização, que faz com que os membros se comuniquem de forma eficiente e conheçam a fundo qual a missão, a visão e os valores da empresa. Somente assim poderão compreender o planejamento em sua organização funcional e razão de ser. Portanto, percebe-se aí a importância do empenho das demais diretorias da empresa júnior na realização da estratégia da empresa.
É necessário, por parte dos encarregados pela estratégia da empresa, que mantenham uma visão holística da organização, tanto durante a formulação do plano estratégico, quanto durante sua implementação. Esse aspecto é fundamental quando a metodologia utilizada determina ações em que haverá atuação conjunta de mais de uma diretoria, pois há uma complexidade de fatores muito maior a ser considerada.
É importante também escolher ferramentas adequadas à execução da estratégia.
Glauco explica que a gestão do conhecimento é outra importante ferramenta para se avaliar a viabilidade de execução da estratégia, pois durante a realização de cada novo planejamento, poderia ser analisado o que já foi feito em gestões anteriores e corrigir antigos erros, contribuindo para o sucesso do negócio.
Contudo, analisa Glauco, a empresa deve ter plena consciência de que, por mais que se faça um plano de ação de alta qualidade, as organizações estão sempre sujeitas às mudanças do mercado e às instabilidades internas da empresa. Portanto, o planejamento estratégico deve ser dinâmico, revisto periodicamente. Mais cedo ou mais tarde o que deu origem ao sucesso deixa de ser adequado, novas estratégias têm que ser sistematicamente implementadas. O planejamento estratégico é uma ferramenta utilizada para tornar realidade algo que é possível, não um mero sonho do administrador.
Mesmo que não possa prever o futuro, planejar as ações da empresa evita que as decisões futuras sejam desastrosas; não elimina riscos, mas faz com que os riscos assumidos sejam os adequados à empreitada.
O planejamento estratégico, não é um fim em si mesmo, não se encerrando com o estabelecimento de objetivos e metas, pois é apenas um meio para alcançar a visão da empresa. Assim, seu acompanhamento é essencial, não devendo ficar suscetível à disponibilidade dos diretores em acompanhar as metas de sua respectiva área de atuação, mas a cargo da diretoria de Estratégia da empresa, para que não se perca, como um elemento secundário da organização.
O marco do final de um planejamento estratégico para a confecção de um novo não precisa, necessariamente, coincidir com o período de troca de gestão, quando pode haver mudança dos encarregados das diretorias. O plano estratégico é feito para a empresa, não para seus administradores.