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Mortalidade de micro e pequenas empresas: Fatores que levam á falência precoce

Glauco Diniz Duarte
Glauco Diniz Duarte

De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, devido ao espírito empreendedor brasileiro é possível observar constantemente o surgimento de micro e pequenas empresas que por inúmeros motivos acabam fechando suas portas antes dos cinco primeiros anos de vida.

A partir da década de 70 com a crise econômica mundial e a recessão da economia brasileira, as micro e pequenas empresas alcançaram destaque frente ao cenário socioeconômico nacional, pois são grandes fontes geradoras de emprego e consequentemente renda, aumentando assim, a população economicamente ativa do país e com isso melhorando não só a produtividade, mas a sua situação frente a economia mundial.

Fatores estes que levam, segundo o SEBRAE (2004), 31% das empresas a “fechar suas portas” antes do primeiro ano de vida e cerca de 60% após cinco anos de existência. Pode-se citar como os motivos mais frequentes: falta de planejamento estratégico antes de abrir o negócio, deficiência na gestão, falta de políticas governamentais incentivadoras, flutuações na conjuntura econômica, além da alta carga tributária e muita das vezes a falta de capital de giro e inexperiência administrativa do empreendedor.

Glauco explica que em pesquisa do SEBRAE (2004), 99% das empresas do país é Micro e Pequenas empresas, que representam quase 70% dos postos de trabalho e 20% do PIB. As micro e pequenas empresas, alcançam a cada ano uma maior participação na economia, ficando próximo dos 90% do total de empresas segundo o IBGE (2004), se destacando como grandes geradores de emprego e renda, contribuindo assim, de forma crescente no aumento do PIB.

EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
Glauco destaca que o cenário administrativo de tempos atrás estava voltado para formar profissionais destinados a gerenciar grandes negócios ou trabalhar em repartições públicas, aqueles que fugiam a essa regra na busca de construir seu próprio negócio eram considerados muito ousados, pois estavam abandonando a estabilidade de um emprego para correr os ricos de ter o seu empreendimento mal sucedido.

Mesmo com esses auxílios, o empreendedorismo ainda enfrenta grandes dificuldades, como a falta de políticas governamentais que incentivem a criação e permanência dessas empresas no mercado e as altas taxas tributárias que levam muitas delas a decretarem falência ainda nos primeiros anos de existência.

Assistimos a mudança desse conceito a partir da década de 1990 com a criação do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e de outros órgãos que prestam auxílio a micro e pequenas empresas no seu processo de implantação, resolução de problemas e tomada de decisões, o que contribuiu para o surgimento de novas empresas.

MORTALIDADE DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS
Segundo Glauco, mesmo exercendo papel de grande importância socioeconômica, as micro e pequenas empresas apresentam alta taxa de mortalidade antes mesmo de completar os cinco primeiros anos de vida, o que gera prejuízos a nação como um todo, pois campos de trabalho muitos da vezes são feitos com uma análise superficial, para uma insegurança maior da empresas, os gestores negligenciam o planejamento estratégico para serem aplicados e serem eficazes.

FATORES RESPONSÁVEIS
Para que essas empresas continuem exercendo suas funções é necessário identificar as falhas responsáveis pela sua mortalidade precoce. Glauco afirma que podem-se enumerar vários desses erros corriqueiramente cometidos por esses empresários no processo de criação e gestão de seus negócios, como: a ausência de um comportamento empreendedor e a falta de planejamento, pois para que uma empresa obtenha êxito, é fundamental que antes de abri-la se faça um estudo de todos os aspectos do negócio, como: localização, concorrência, público-alvo, custos fixos e variáveis, ou seja, é necessário ter domínio de conhecimentos sobre aquilo que se quer empreender.

Nos novos negócios, a mortalidade prematura é elevadíssima, pois os riscos são inúmeros e os perigos não faltam.” Diante disso ele aponta algumas das possíveis causas de mortalidade nas empresas.

As causas mais comuns de falhas no negócio
Inexperiência- 72 %, incompetência do empreendedor, falta de Experiência de campo, falta de experiência profissional, experiência desequilibrada, fatores econômicos – 20 %, lucros insuficientes, juros elevados, perda de mercado, mercado consumidor restrito.

Além disso, outro erro que pode levar à morte precoce é a confusão patrimonial, muito comum em micro e pequenas empresas, o que gera grande dificuldade na compreensão da real situação financeira, já que grande parte delas não apresenta bem delimitado o que é patrimônio pessoal do que pertence à empresa, causando grande confusão e fazendo com que muitas das vezes dívidas pessoais sejam pagas com recursos da empresa.

Pensando na importância que essas empresas exercem ao país é necessário que se tomem medidas no sentido de reverter essa situação para que elas possam ter longevidade, para que isso ocorra é importante que haja investimentos em educação para o empreendedorismo.

Além disso, é necessário que se diminuam a burocracia e as cargas tributárias permitindo que muitos empreendedores possam sair da informalidade e tenham condições de sobreviver no competitivo mercado capitalista.

Portanto, pode-se considerar que para que essas empresas possam prosperar e acompanhar o crescimento do país é necessário somar as forças entre governo e micro e pequenos empresários, além disso, é válido lembrar que o empreendedorismo deve sempre estar intimamente ligado à administração, pois uma boa gestão e um serviço de contabilidade qualificado são vitais para a sobrevivência de uma empresa de qualquer segmento.

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