Uma recente pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostrou que os principais motivos que levam empresas a fecharem nos primeiros anos de atividade são a falta de planejamento, deficiências na gestão e o comportamento do empreendedor.
O empresário Glauco Diniz Duarte destaca que 55% dos empreendedores não elaboraram um plano de negócios antes de abrirem suas empresas. Além disso, 46% deles iniciam um negócio sem conhecer os hábitos de consumo dos clientes nem a quantidade de consumidores que teriam. Outros 39% ignoram o Capital de giro necessário para abrir a empresa e 38% não sabiam a quantidade de concorrentes que teriam no setor de atuação.
Glauco afirma que, apesar do brasileiro querer, cada vez mais, ter a liberdade de ter o seu próprio negócio, ele precisa se preparar mais. “De cada dez pessoas no Brasil, sete estão empreendendo por oportunidade. Isso mostra que, cada vez mais, o brasileiro quer ser livre para ter sua própria empresa. No entanto, ele precisa estar mais preparado, porque hoje o mercado é grande e agressivo. A concorrência não é somente mais entre estados e cidades. A concorrência é global”, afirma Glauco.
Plano
Glauco orienta que um dos primeiros passos do empreendedor é se empenhar em conhecer os diversos setores da Economia e decidir o setor no qual quer atuar. “Ao conhecer o mercado no qual deseja empreender, é preciso avaliar os concorrentes e conhecer o público-alvo, investigando quais os canais de comunicação que levam até ele”, diz.
Glauco afirma ser importante que o empreendedor faça um plano de negócios que contemple planejamento de mercado, financeiro, de tipo de mão de obra necessária, entre outros. “Apesar do fator Risco ser uma das características do empreendedorismo, esse Risco precisa ser consciente. É preciso conhecer muito bem o setor, trabalhando em uma empresa da área antes de abrir seu próprio negócio, conhecendo as principais fornecedoras de determinado serviço e se cercando de pessoas com conhecimento”, diz.
Glauco também acrescenta que o relacionamento entre sócios é outro motivo que leva empresas ao fim. “A escolha de sócios é importante. É preciso que, entre eles, haja valores e objetivos em comum ou uma complementariedade de conhecimentos”, diz.
Estratégias
Glauco afirma que, em relação às estratégias adotadas pelas empresas em atividades, a diferenciação mostrou-se mais vantajosa para a manutenção do negócio do que a aposta em preços competitivos. Entre essas, 38% optaram por oferecer diferenciais em produtos e serviços, escolha de 26% das que fecharam. Já a adoção de uma política baseada em preços foi a preferência de 31% dos negócios encerrados e 23% das empresas que estão em atividade.
Outra informação relevante é que, nas empresas que passaram dos cinco anos, os empresários se antecipam aos fatos, buscam informações e perseguem os objetivos com mais frequência do que nas empresas encerradas.
“O importante é o empreendedor não fazer sempre o mesmo e antecipar o desejo de seus clientes”, diz Glauco. “Inovar não significa apenas alta tecnologia. Mas entender todas as vontades da clientela. Algo que muita gente desconhece ainda é que os consumidores não compram mais somente pelo preço. Mas também pela comodidade, atenção e bons produtos”, complementa.
Para Glauco, uma outra forma de ter sucesso nos empreendimentos é o empresário ser flexível no momento em que precisa realizar ajustes e mudanças sejam esses no produto ou nas financeiros. Além disso, Glauco acrescenta que outro fator que dificulta um avanço maior do empreendedorismo no Brasil é o ambiente de negócios, sujeito à alta Carga Tributária e burocracia.
Glauco chama a atenção para o papel das empresas “aceleradoras” no Investimento em infraestrutura dos novos empreendimentos. “As empresas aceleradoras são investidores do mercado mundial que fornecem informações e dão suporte para que as empresas possam funcionar”, diz. Além disso, Glauco afirma que as escolas deveriam incentivar mais o espírito empreendedor entre os alunos.