De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, os especialistas otimistas dizem que o Brasil retomará o crescimento em 2017. Alguns chegam a falar em quase 1%. Os pessimistas dizem que será crescimento zero ou até negativo. Quem está certo?
Em primeiro lugar, no que você acredita: 2017 será melhor ou pior do que 2016? Essa pergunta é essencial, pois reflete sua crença e sua atitude. Se você é otimista ou pessimista.
Em 2016, destaca Glauco, na maior crise recente da nossa história, diversas empresas, até mesmo de pequeno e médio porte, tiveram um ótimo crescimento, aumentaram de tamanho, conquistaram novos clientes, abriram novas lojas e aumentaram o lucro. Muitas até cresceram dois dígitos! Como elas contornaram a crise?
A crise é comumente entendida como algo ruim, negativa. Porém, nem sempre isso é verdade. Os chineses utilizam um mesmo ideograma para representar a palavra crise e a palavra oportunidade. Na sabedora oriental, a palavra crise e a palavra oportunidade se escrevem do mesmo jeito por que tem significado semelhante. Depende da perspectiva. É a velha história do copo meio cheio ou meio vazio.
Glauco diz que foi feita uma rápida pesquisa com pequenas e médias empresas e vimos que elas estão vencendo a crise e fazendo a coisa certa: são inovadoras, tem qualidade nos serviços, inteligência de mercado, excelência operacional, processos inteligentes, colaboradores qualificados e engajados. Seus líderes são flexíveis, visionários e gerenciam pelo exemplo. Estas estratégias estão contornando as dificuldades e debelando a crise.
Com base no velho ditado, “não há bem que sempre dure e nem mal que nunca acabe”, Glauco analisa 7 dicas que poderão auxiliar as empresas, líderes e empreendedores a vencerem os desafios de 2017.
Hora de fazer as resoluções de fim de ano
Você costuma pensar três desejos no dia 31 e entregar para o destino? Então você está acreditando, sonhando! Você costuma colocar seus desejos no papel, definindo recursos, meios e prazos? Então, você está planejando! Transformando-os em metas factíveis. O resultado é sonho com ação.
Por isso, antes de comentar as 7 dicas, pense na fórmula do sucesso: ACREDITAR + AGIR. Acreditar envolve visualizar mentalmente e crer que é possível alcançar o sonho. Agir é criar os meios e caminhos para chegar lá. Engendrar estratégias para ação. Executar. Um não existe sem o outro. Se você tiver as duas capacidades, garanto que vencerá! E claro, seguindo as seguintes dicas:
1. Replaneje o futuro. Aproveite a baixa demanda e o tempo livre que sobrar para rever e reprogramar suas metas e objetivos. Replanejar, ou até reinventar seu modelo de negócio, pode transformar seu futuro radicalmente. A famosa fabricante suíça de relógios Swatch mudou seu destino quando redefiniu seu conceito de negócio: “fazer acessórios esportivos” e mudou o jeito que o mundo compra relógios.
Pensar estrategicamente será vital em 2017 (e nos anos seguintes). Reveja suas metas e ações de médio e longo prazo, fazendo um plano de ação detalhado: certamente diminuirão as incertezas e você terá mais opções para cenários diferentes: o melhor cenário (o positivo, o otimista) e o pior cenário (o pessimista, o negativo). Tenha sempre dois planos: o plano A e o plano B e procure criar uma reserva financeira.
Inclui-se nessa dica, “arrumar a casa”. Analise cada detalhe do negócio, sobretudo o ambiente do público, veja onde pode melhorar, reduzir, eliminar e inovar. Recicle o negócio.
2. Tenha foco. Essa dica sempre é repetida por diversos empreendedores. Nada é mais primordial e infalível, mas costumeiramente esquecido, sobretudo pelos inúmeros apelos e distrações do mundo complexo e pelo bombardeio de informações (geralmente negativas) que nos dispersam. Lembre-se da Lei de Pareto: 20% do que você faz responde por 80% dos seus resultados, isto é, quase a totalidade das nossas ações não trazem resultados relevantes aos nossos propósitos, só nos tomam tempo e dinheiro. Foco exige disciplina!
Aqui, Glauco inclui também a noção de “propósito”, que não se dissocia nunca do foco. Fazendo uma analogia, o propósito equivale a razão de ser e o destino do marinheiro e o farol é a referência e o foco que ele irá perseguir para chegar no seu objetivo. O propósito fornece significado, razão de ser, o “para que” fazemos as coisas… é a causa, a missão da empresa!
3.Entenda o todo: ter uma visão geral do que acontece no contexto global, nacional e local nos permite compreender melhor as tendências, relações e fatos que afetarão inevitavelmente nossos negócios. Os especialistas chamam esta capacidade de visão sistêmica. Por exemplo, a tendência da economia colaborativa foi rapidamente capitalizada por vários empreendedores e ajudou a criação de novos modelos de negócio inovadores como Uber, Airbnb e tantas milhares de startups.
Outra tendência que os empreendedores visionários aproveitaram foi a da democratização do bom gosto e a busca constante pelo novo: o mercado gourmet.
4.Passeie pelo mercado: Você já ouviu a expressão “gerenciamento andando por aí” (ou MBWA, (acrônimo em inglês)? Ele é uma técnica de gerenciar aproximando-se e interagindo com os ambientes internos e internos do ambiente da empresa. Ela ajuda na atualização e aprendizado.
Atualize-se continuamente! Nunca os conceitos caducaram tão rápido. Reserve tempo para andar pelo mercado, ver o que os concorrentes estão inventando, percebendo que novas leis ou tecnologias vão surgir. Participe de feiras e seminários, pesquise novos bairros e cidades e, principalmente, visite seus clientes regularmente, não só para agradecer pela parceria mas perguntar-lhes tudo o que puder sobre seus desejos latentes e insatisfações.
Reserve tempo e orçamento para sua educação e treinamento. Muitos cursos são de baixo custo e curta duração, algumas entidades oferecem cursos gratuitos e existem várias opções de graça pela internet. Mas, se puder, faça um curso de especialização ou MBA, com mais profundidade.
5.Faça diferente: Por que os seus clientes preferem você em detrimento de seus concorrentes? Se você não tem nenhum diferencial que gere vantagem competitiva, você terá que vender mais barato e baixar suas margens. Se conseguir ganhar da concorrência, ótimo, mas seu lucro poderá decrescer. Procure algo novo que gere valor superior ao cliente, geralmente algo que ele está disposto a pagar mais por aquilo e, para você, talvez não custe tanto, como por exemplo uma entrega.
6. Socialize e invista em marketing. Muitas empresas que venceram a crise em 2016 investiram recursos em mídias digitais, networking e estratégias de comunicação e marketing: desde promoções, descontos, penetração e expansão, até reposicionamento da marca ou proposta de valor. Muitas ações de marketing podem ser criativas e de baixo custo, como por exemplo o uso de campanhas e concursos em redes sociais como facebook e outras. A criação de conteúdo útil, interessante e relativo a proposta de valor ao cliente também é uma ótima estratégia.
Em tempos de crise, ações de relacionamento e networking trazem bons resultados. Por meio de relacionamento você pode fazer ofertas mais personalizadas e econômicas. O networking ajuda a obter novas ideias e soluções, inclusive atrair novos parceiros e investidores. Inclui-se aqui a sugestão “fuja de gente pessimista”. O pior que pode acontecer em uma crise é não acreditarmos que vamos encontrar a saída.
7.Seja resiliente. Ser flexível e ágil é a melhor competência profissional do século XXI. No mundo volátil, cheio de incertezas e turbulências, aja como um bambu diante das tempestades e não como uma rígida figueira. As duas árvores sofrerão a mesma realidade, mas a forma de reagir de cada uma será diferente. Qual delas sobreviverá? A figueira se quebrará e o bambu se vergará, sobrevivendo à crise e se reerguendo. Quem cai e dá a volta por cima, sempre vence no final.