GLAUCO DINIZ DUARTE Produção de motores a diesel já tem data para acabar
Os desafios que os fabricantes de caminhões e ônibus têm no desenvolvimento de veículos comerciais elétricos são muito maiores do que os dos construtores de automóveis. O peso e o uso intenso requerem uma grande quantidade de energia, armazenadas em conjuntos de baterias pesadas que ocupam o lugar da carga ou de passageiros.
Além disso, o custo total de propriedade (da compra do veículo, sua vida útil em operação até a venda ou descarte no final) precisa ser competitivo financeiramente e confiável operacionalmente quando comparado com outras fontes de energia, como diesel, biocombustíveis e gás. Hoje, a equação financeira e em segurança operacional estão longe de serem a favor dos elétricos. Porém, o que não faltam são investimentos em pesquisa e desenvolvimento para virar o jogo até o final da próxima década.
Logística verde e elétrica
Para esse debate, a TRANSPORTE MUNDIAL publicou o especial Transporte Responsável com cinco reportagens na edição 177 que, além da versão impressa, pode ser encontrada em formato digital nas bancas virtuais do UOL e GoRead.
A primeira reportagem é uma entrevista com Márcio D’Agosto, coordenador do Programa Logístiva Verde Brasil (PLVB) que reúne empresas interessadas em desenvolver e compartilhar experiências para um transporte mais limpo.
A segunda mostra a corajosa e necessária parceria entre Volkswagen Caminhões e Ônibus e Ambev para o Brasil começar a ter frotas de caminhões elétricos.
Na terceira matéria, a Scania mostra as opções de motorizações movidas a bioetanol ou a gás como alternativas reais para transporte de carga e passageiros mais limpos.
Na quarta reportagem, a Mercedes-Benz mostra o que o Grupo Daimler faz no mundo em favor da eletromobilidade e quais são os desafios para fazer o mesmo no Brasil.
Na quinta e última reportagem deste especial com levantamento para mostrar o estágio atual e os dados técnicos de 14 projetos de caminhões elétricos no mundo.
A eletromobilidade começa a ser realidade e começará a ganhar espaço aos poucos, conforme os custos forem diminuindo e a confiabilidade aumentando.
Scania já determinou que vai substituir os motores a diesel por combustíveis alternativos e elétricos até 2050, quando pretende não fabricar mais motores movidos a diesel. No Brasil, o Congresso Nacional já descute projeto de lei para proibir a produção de motores a combustíveis derivados de petróleo a partir de 2060, podendo, inclusive, antecipar esta data. Diversos países e fabricantes de veículos seguem a mesma tendência.