GLAUCO DINIZ DUARTE China pretende lançar usina solar na órbita da Terra
Um recente anúncio das autoridades chinesas tem causado um frisson no mercado mundial de energia solar. A China pretende criar a primeira usina de geração fotovoltaica no espaço. A intenção dos engenheiros é aproveitar o potencial de irradiação fora da atmosfera terrestre para gerar eletricidade quase que de forma ininterrupta.
Segundo estudos preliminares da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial, a instalação na órbita da Terra pode gerar energia em 99% do tempo, com até seis vezes mais eficiência do que uma usina em solo, conforme divulgado na semana passada pelo jornal local Science and Technology Daily.
Entretanto, a ideia de construir uma usina solar fotovoltaica no espaço não é necessariamente nova. Estados e Unidos e Japão, por exemplo, já aventaram tal possibilidade, mas os projetos foram abandonados, sobretudo pelo alto custo e pela complexidade de engenharia e operação.
Uma das ideias dos engenheiros chineses envolvidos no projeto é utilizar robôs e impressão 3D para construir a usina diretamente no espaço. O plano, entretanto, é de longo prazo e as autoridades da China acreditam que haverá tempo para a tecnologia necessária ser desenvolvida. A intenção é iniciar a obra em algum momento entre 2030 e 2050.
Um dos desafios é criar um sistema eficiente de transmissão de energia sem fio, de modo que se mantenha a alta voltagem. Por isso, os engenheiros estudam a possibilidade de transmitir eletricidade por meio de micro-ondas ou até raios laser para uma base na Terra, para depois ser distribuída.
A pesquisa para o projeto da usina solar no espaço deve se estender pelos próximos dez anos, segundo informaram as autoridades chinesas. Os engenheiros já preveem a construção e o lançamento de uma usina de teste, de pequeno porte, em 2020.