Glauco Diniz Duarte Empresa – uranio é energia renovavel
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, o Laboratório Nacional do Noroeste do Pacífico, dos EUA, em parceria com a LCW Supercritical Technologies fez um importante avanço para a indústria nuclear: descobriu um método económico para extrair urânio a partir da água do mar.
As energias renováveis são cada vez mais consideradas fontes de energia limpa. Pelo contrário, as energias não renováveis, como os combustíveis derivados do petróleo, são encaradas como um verdadeiro perigo para a saúde do planeta.
Já as energias nucleares são apontadas como as principais na indústria, quando o assunto é produzir grandes quantidades de energia. Mas se este é um pró, o contra a ele associado é que este tipo de energia causa insegurança isto porque são utilizadas fontes de radiação no sistema de produção energético, uma autêntica dor de cabeça ecológica.
Mas esta discussão pode ganhar novos contornos com a descoberta feita pelo Laboratório Nacional do Noroeste do Pacífico (PNNL, na sigla em inglês), instituição de pesquisa ligada ao Governo dos Estados Unidos e pella LCW Supercritical Technologies.
Este novo processo utiliza fibras acrílicas de baixo custo e reutilizáveis e pode, um dia, tornar a energia nuclear ilimitada. Os investigadores conseguiram, durante uma experiência, extrair cinco gramas de urânio em pó da água do mar.
Além de sal, um litro de água do mar contém sulfatos, magnésio, potássio, brometo, flúor, ouro e urânio. No entanto, há apenas três microgramas por litro deste último elemento.
Todavia, se consideramos o quão grande é o oceano, o número torna-se 500 vezes mais do que poderia ser extraído em terra. Estamos a falar de 4 mil milhões de toneladas de urânio, o suficiente para operar mil reatores de fissão de 1 gigawatt (GW) durante 100.000 anos.
Mas como o retirar o urânio da água? Uma abordagem anteriormente desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa de Energia Atómica do Japão utilizava esteiras de polímero que extraíam os átomos da água do mar, mas a técnica era muito cara. Mais tarde, o Laboratório Nacional Oak Ridge, dos EUA, desenvolveu um processo com polímeros mais barato.
Agora, o PNNL e o LCW deram outro passo importante, utilizando fios acrílicos comuns e convertendo-os numa espécie de absorvente de urânio.
Embora os detalhes do processo não tenham sido divulgados, o PNNL afirmou que não só esta técnica funciona, como o acrílico pode ser limpo e reutilizado. Além disso, os cientistas afirmam ser possível usar fibras residuais para uma maior economia. Este último detalhe significa que a extração de urânio a partir da água do mar pode competir com a mineração a preços atuais.
Durante as experiências, os investigadores colocaram o fio acrílico em tanques cheios de água do mar. À medida que a água fluía, as fibras extraíam o urânio, lingando-o quimicamente a uma molécula. Finalizado este processo, o resultado foi cinco gramas do elemento.
“Para cada teste, colocamos cerca de 1 kg de fibra no tanque durante um mês e bombeamos a água do mar rapidamente, para imitar as condições do oceano”, explicou Gary Gill, investigador do PNNL. “Dos três primeiros testes, conseguimos cerca de cinco gramas. Pode não parecer muito, mas o processo pode vir a dar frutos”.
Além da extração de urânio, o PNNL acredita que esta técnica pode também ser usada para limpar cursos de água contaminados por metais pesados.
Agora, os investigadores querem encontrar financiamento para realizar testes em larga escala nas águas quentes do Golfo do México. Se a técnica resultar, a humanidade pode estar muito próxima de um dos maiores objetivos da alquimia antiga: encontrar uma fonte infindável de energia, acessível e segura.