Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, Empresas e indústrias clientes da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) podem garantir até 25% de desconto na tarifa. Para isso, será necessário aderir a um dos planos lançados ontem pela nova marca da energética, a Cemig SIM – Soluções Inteligentes em Energia. A subsidiária, especializada em gestão de energia fotovoltaica, receberá R$ 600 milhões em investimentos, metade da Cemig. O restante virá da Mori Energia, parceira comercial na empreitada. Até 2020, 32 usinas solares serão construídas no Estado, a maioria no Norte de Minas.
Inicialmente, clientes com consumo entre 500 quilowatts-hora (KW/h) e 5.000 (KW/h) podem aderir a um dos três planos oferecidos. Na prática, significa que organizações com contas de luz entre R$ 500 e R$ 40 mil serão beneficiadas. A partir do ano que vem, a Cemig SIM pretende levar o serviço aos consumidores residenciais.
No primeiro plano oferecido, com duração de 12 meses, a economia será de 13%. No segundo, com 36 meses de fidelidade, o desconto será de 15%. No mais longo, com 60 meses de duração, a redução chegará a 18% na tarifa. Pacotes promocionais podem garantir até 25% de queda.
A ideia é construir as usinas solares e comercializar a energia delas para os clientes, por meio da geração distribuída, modelo em que o consumidor gera a própria eletricidade próximo à residência ou em outros locais, por meio de consórcios de compartilhamento. Nesse caso, a SIM permite que grupos de consumidores se unam para produzir luz em fazendas solares, abatendo na conta parte do montante gerado. O restante será comercializado pela própria Cemig no mercado cativo.
Conforme explica o presidente da companhia, Cledorvino Belini, o desconto recai exclusivamente sobre a tarifa. A taxa de disponibilidade, a taxa de iluminação pública e o valor mínimo pago por cliente, que depende da ligação feita, não recebem o abatimento.
Questionado sobre o fato de a energética criar uma companhia enquanto atravessa um processo de privatização, ele é enfático. “A Cemig SIM já nasce privatizada. Todas as usinas receberão investimentos de parceiros comerciais”, pondera. A Cemig tem 49% da empresa, enquanto a Mori Energia tem 51%.
Das 32 usinas que serão construídas, uma já foi inaugurada em Janaúba, no Norte de Minas, e outras duas ficarão prontas até o fim do mês. Uma delas fica em Manga, no Norte, e a outra em Corinto, na região Central do Estado.
Outros dez empreendimentos iniciarão a produção até o fim do ano. No mesmo período, o investimento chegará a R$ 400 milhões, metade realizado pela Cemig. Em 2020, mais R$ 200 milhões serão aportados no negócio para construção de outros 22 ativos.
Taxa cogitada pela Aneel não deve impactar descontos oferecidos pela subsidiária da estatal
Possíveis mudanças na Resolução Normativa 482/2012 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não irão impactar nos descontos oferecidos pela Cemig SIM no curto prazo. A afirmação é do presidente da empresa, Danilo Gusmão.
Hoje, clientes que geram a própria energia utilizam a rede das distribuidoras sem pagar taxas extras. A pedido das companhias, a Agência Reguladora analisa criar um encargo para o uso da estrutura.
Na avaliação do secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais, Adriano Magalhães, a popularização das placas fotovoltaicas e os incentivos concedidos pelo Governo de Minas para quem deseja implantá-las compensam a taxa que pode ser criada, não impactando no custo final.
Na prática, a geração distribuída concorre diretamente com as grandes companhias de energia. O motivo é simples: os clientes que utilizam o modelo de geração pagam menos às distribuidoras.
Em contrapartida, como eles não usam as geradoras, a produção própria tende a desafogar a rede em horários de pico. Como consequência, o investimento das companhias em manutenção é menor.
“E a geração distribuída é o futuro. O consumidor está procurando eficiência e redução de custos. Se nós não oferecermos isso a ele, seremos engolidos pela concorrência”, analisa o presidente da Cemig, Cledorvino Belini.
O diretor de novos negócios da Mori Energia, Ivo O. Pitanguy, afirma que o fato de a Cemig entrar no segmento marca a modernização do setor energético.
“É um grande passo para a disseminação da energia solar para empresas, que não têm expertise na implementação e operação para investir com capital próprio em projetos de geração distribuída solar. Estamos democratizando a energia renovável em centros de consumo, onde não há espaço para construção em escala e, ao mesmo tempo, estamos fomentando o desenvolvimento econômico nas comunidades locais onde implementamos nossos projetos”, diz o representante da parceira comercial da concessionária na Cemig SIM.
ALÉM DISSO
A declaração de que a Cemig poderia render mais de R$ 10 bilhões aos cofres públicos em caso de privatização, feita pelo secretário de Planejamento e Gestão de Minas Gerais, Otto Levy, na segunda-feira, durante sabatina na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, causou desconforto ao presidente da concessionária, Cledorvino Belini.
“Ele não me passou esse objetivo. O que estamos fazendo é desenvolver a Cemig para que ela crie mais valor. Nossa parte é buscar eficiência para a Cemig, para
Liderança
Hoje, Minas lidera o ranking de geração distribuída — na qual o próprio consumidor gera a energia. Sozinha, a região Norte do Estado é responsável por 23% da energia fotovoltaica produzida no Brasil.