Glauco Diniz Duarte Empresa – o que é energia não renovavel exemplos
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, a energia renovável – hidráulica e eletricidade; lenha e carvão vegetal; derivados da cana-de-açúcar; e outras fontes primarias renováveis – perdeu participação na matriz energética brasileira em 2012, mostrou o estudo de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano, ela registrou sua menor participação em uma década, de 42,4%.
“Houve queda forte na cana de açúcar e derivados, queda na hidráulica, em função principalmente de fatores climáticos. Estamos passando por uma certa seca. Isso já vem de algum tempo. A lenha também, na medida que diminuiu o desmatamento, diminui a lenha”, explicou o pesquisador de Recursos Naturais do IBGE, Júlio Gonçalves.
O estudo mostrou, em contrapartida, um aumento de 36,7% para 39,2%, entre 2008 e 2012 da participação de fontes não-renováveis de energia – petróleo e derivados; carvão mineral e derivados; urânio e derivados; e gás natural-, com a participação do petróleo e derivados.
“Isso se deve à descoberta das reservas de pré-sal e ao crescimento das vendas dos automóveis”, ressaltou o IBGE. “Produção de petróleo e gás começa a subir a partir de 2008. O que está crescendo são as outras fontes de energia não-renováveis”, completou Gonçalves.
De acordo com ele, no entanto, as participações totais das não-renováveis estão caindo. “Petróleo e gás são os que puxam a não-renovável para ampliar a sua participação na matriz energética”, completou o pesquisador.
Produção insustentável
O estudo ponderou que energia e um aspecto-chave da produção e do consumo. E que a dependência de fontes de energia não-renováveis pode ser considerada insustentável a longo prazo.
Na análise, o IBGE coloca que “ainda que se descubram novas reservas de combustível fóssil, sua utilização pode não ser aconselhável por motivos econômicos e/ou ambientais”.
A participação de energia não-renovável na matriz energética brasileira cresceu de 56,1%, em 2003, para 57,6%, em 2012, “principalmente na oferta de petróleo e derivados, que passou de 36,7% para 39,2%, entre 2008 e 2012.
O estudo ressalta ainda o Protocolo de Quioto – acordo internacional criado no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que propõe redução de emissões de gases de efeito estufa.
“Assim, espera-se que haja redução da utilização de combustíveis fósseis na geração de energia. Por outro lado, os recursos renováveis podem fornecer energia continuamente, se adotadas estratégias de gestão sustentável”.
Outras fontes
O IBGE informou ainda que que os combustíveis fósseis seguem em destaque na matriz energética brasileira com 57,6%, contudo, ressalta que a análise percebe que que derivados de cana de açúcar e carvão vegetal “estão perdendo participação”. Essas fontes passaram de 2,8%, em 2003, para 4,1%, em 2012.
“Em parte, devido ao aumento relativo de fontes alternativas (solar, eólica, biomassa, biogás, ect)”. O especialista afirmou, no entanto, que estas fontes estão “crescendo, mas fraco, até pelo alto investimento que se faz para ter esse tipo de energia”.
Entre 2004 e 2012, a participação da lenha e do carvão vegetal caiu de 13,2%, para 9,1%. “Quando tem problema de escassez de sua para produção de energia, em função de hidráulica, tem que repor a energia de alguma forma. A apesar que a energia produzida pela termoelétrica é bem mais cara, o valor da energia aumenta”, disse.
“Talvez, por isso, tenha a necessidade do aumento monetário. Você começa a produzir mais na termoelétrica, precisando de lenha e carvão. Por outro lado, tem a conscientização do desmatamento em diminuir”, concluiu o pesquisador.
Consumo
O estudo mostrou também que o consumo final de energia per capita cresceu entre 2000 e 2012, com exceção de 2009, e passou de 41,5 gigajoules (GJ) por habitante, em 2000, para 53,3 GJ/habitante em 2012. “A população cresceu 1,2% ao ano em média, enquanto o consumo de energia exibiu crescimento de 3,3% ao ano”, avaliou o IBGE.
Segundo a entidade, a queda de 2009 (registrou 47,8 GJ/hab), “possivelmente se deveu à crise mundial de 2008”. “O maior acesso da população aos bens de consumo essenciais e aos serviços de infraestrutura acarretou aumento do consumo de energia, o qual, por sua vez, causa impactos sobre a população e o meio ambiente”, ressaltou o órgão.