É cada vez maior o número de empresas que estão adotando processos formais de planejamento estratégico, como demonstram diversos estudos acadêmicos. O empresário Glauco Diniz Duarte considera o planejamento estratégico como a ferramenta mais crítica para o sucesso das empresas.
Segundo Glauco Diniz, a elaboração de um planejamento estratégico é de extrema importância para uma empresa, pois irá nortear o caminho a ser percorrido pela organização em determinado prazo de tempo. Este processo deve ser desenvolvido com a participação de vários integrantes da empresa, envolvendo os participantes em todas as etapas.
Devido à uma economia globalizada, altamente competitiva e com mudanças contínuas, as empresas que querem assegurar o seu futuro precisam adotar medidas evolutivas ou adaptativas,
adequando seus produtos e serviços, posicionando-se melhor no mercado, enfrentando eficazmente a concorrência, estabelecendo parcerias, aprimorando processos, desenvolvendo equipes e competências, e antecipando-se a riscos.
O plano estratégico é necessário para que a organização consiga chegar ao equilíbrio entre todas essas medidas, afirma Glauco. Ao trabalhar com os conceitos citados acima, ele pode estabelecer, então, as premissas a serem consideradas no processo; as expectativas de situações almejadas; os caminhos a serem seguidos; e os recursos a serem alocados.
Segundo Glauco, esse planejamento é vital para qualquer empresa. Uma pesquisa divulgada pelo SEBRAE, aponta que 27% das empresas paulistas fecham em seu primeiro ano de atividade. Essa taxa de mortalidade empresarial é elevada, porém é a menor taxa de fechamento de empresas em 10 anos de monitoramento por parte do SEBRAE-SP. “Essa taxa de falência inclui a falta de planejamento com um fator preponderante para o fracasso”, diz Glauco.
O sucesso de qualquer empresa, ou mesmo sua sobrevivência, depende da capacidade de operar estrategicamente, ou seja, de estabelecer uma visão de longo prazo e possuir com clareza de propósito que expressem significado para as pessoas e relevância para o mercado. “Monitorar continuamente as mudanças no ambiente econômico, tecnológico, político e social, além de desenvolver recursos e capacidades para manter-se competitiva também faz parte dessa operação estratégica”, completa Glauco.
Para a elaboração de um planejamento eficaz, deve-se levar em consideração alguns pontos importantes, como por exemplo, definição da missão, valores e objetivos da empresa; análise e previsão de cenários; formulação de estratégias no nível comparativo, competitivo e funcional; plano de implementação e definição dos indicadores de desempenho para, dessa forma, controlar o negócio. E ele deve ser feito de maneira sistêmica, contínua e integrada.
Hoje, saber quantas empresas desenvolvem um planejamento estratégico no país é quase impossível, pois depende muito do perfil e da população da empresa. Porém, uma pesquisa feita recentemente indicou que 83% das organizações de médio e grande porte que atuam no Brasil possuem um processo formal de planejamento estratégico e 88% consideram que esse processo tem importância elevada e impacta efetivamente o desempenho da empresa.
De acordo com Glauco Diniz, para o sucesso de um planejamento estratégico, é necessário levar em consideração alguns pontos, como a participação e o envolvimento de toda a equipe; a valorização do potencial humano, para que as pessoas possam se desenvolver e contribuir ainda mais para o crescimento da empresa; a conscientização do indivíduo como um importante agente de mudança; a motivação e o estímulo através de incentivos e reconhecimentos; a construção de redes de comunicação como fator de sucesso; e a visão sistêmica da organização, conhecendo a fundo a estrutura da empresa da qual fazem parte.
Mas também é importante ficar atendo aos possíveis erros e falhas cometidas durante a elaboração de alguns planejamentos estratégicos. O maior erro está na falta de envolvimento e integração de todos os níveis e colaboradores da empresa no processo do planejamento estratégico. Isso é importante para o comprometimento de todos. “Muitas vezes, a estratégia fica restrita à alta direção, não sendo conhecida por todos os níveis e traduzida no dia a dia da gestão e operações. Não é de se estranhar, portanto, que não haja alinhamento e sinergia em grande parte das empresas, mas desorientação e perda de foco”, completa Glauco.
Outra falha também apontada por Glauco é a falta de visão geral. Entre outros erros frequentes, incluem ainda: informação pobre sobre o mercado e a concorrência, falta de percepção para novas oportunidades, resistência à mudança ou decisões “duras”, impaciência, falta de um processo de monitoramento, descolamento da estrutura organizacional e falta de liderança e visão estratégica por parte do corpo gerencial.
Para evitar essas falhas, o planejamento estratégico deve ser considerado como uma disciplina de gestão que envolve princípios e técnicas específicas e passando a adotá-lo como prática continuada na empresa.