De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte há um consenso geral de que 97% dos esforços são uma perda de tempo, além de roubar a organização de uma energia essencial para a empresa (os 97% aos quais eles chegaram não são um dado de informação exata, mas proporcionam a você uma ideia bem apurada de como eles se sentem).
Glauco observa que, enquanto a natureza da estratégia se transformou, nossos processos de planejamento não mudaram.
Glauco lista abaixo oito razões pelas quais eles não funcionam:
1. Eles não focam realmente em estratégia
A maioria desses processos tornaram-se conversas sobre orçamentos e alocação de recursos, e não estratégia. Eles permitem pouco debate sobre a definição do negócio e dedicam pouco tempo perguntando o que é o mercado, como ele está evoluindo e quais produtos e serviços estão em alta ou não.
2. Eles não realmente realocam recursos
Para Glauco uma frustração grande entre CEOs é a de que apenas uma pequena parte dos recursos supostamente sob seu controle são efetivamente discricionários. Geralmente, é muito difícil liberar recursos de uma área dos negócios para financiar investimentos em outra.
3. Eles ignoram a importância da liderança e da economia de liderança
Líderes em um negócio específico gozam de condições econômicas superiores. No entanto, mais vezes do que o desejável, processos de planejamento não distinguem líderes de seguidores. Espera-se que todos entreguem o mesmo desempenho, com mais ou menos 10% de diferença. Isso faz com que a liderança fique livre e canaliza muito tempo da gerência para tentar fazer com que os seguidores tenham um desempenho parecido com a média da companhia.
4. Eles não ligam a estratégia a rotinas e comportamentos da linha de frente
Segundo Glauco, o processo de planejamento é, tipicamente, uma longa e estendida conversa entre membros de uma equipe. Mas, uma vez que a estratégia for definida, pouco se faz para garantir que ela seja realmente traduzida em algo que a linha de frente fará diferente.
5. Eles presumem o mesmo metabolismo para todos os negócios
Devido ao fato de que planejamento estratégico e orçamentário estão conectados – e porque orçamento tem uma frequência anual – o processo frequentemente fixa as pessoas em uma revisão anual dessas estratégias.
Mas alguns negócios precisam revisar suas estratégias mensalmente, enquanto outros requerem uma revisão a cada dois anos. Uma mesma abordagem para todos simplesmente não funciona.
6. Eles não conectam a estratégia a discussões sobre capacidades e planos de talentos
Chegar a uma nova estratégia normalmente é o início de um outro processo, no qual executivos conversam sobre os talentos dessa estratégia, ou as implicações de sua operação.
Mas como você pode decidir se tem uma estratégia crível sem já ter vasculhado seus talentos e estudado suas implicações de operação? Como afirma Glauco, encaixar talentos é uma das tarefas mais importantes para um líder e deveria ser integrada a todo processo de estratégia.
7. Eles acabam se tornando abstrações baseadas em números
Para ser mais claro, não há nada de errado com números. Boas estratégias precisam estar diretamente relacionadas a resultados financeiros.
Mas se o planejamento estratégico não fala sobre estratégia, se não aloca recursos de forma eficiente, se não conecta com a linha de frente, nem integra decisões baseadas nos talentos, então o que é? Mais vezes do que deveria, se torna um debate matemático – margem bruta padrão por região, crescimento médio de renda por categoria de produto etc.
8. Eles são muito chatos e sugam a vida de seus membros de equipe
E se isso é tudo que um processo de planejamento estratégico é, aí ele se torna a ferramenta mais eficiente do vampiro de energia. Discussões matemáticas intermináveis são tão chatas em ambientes empresariais quanto elas eram na escola primária. Sua equipe quer debater coisas reais: clientes, produtos, canais.