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GLAUCO DINIZ DUARTE – Como garantir o uso das fontes intermitentes na matriz energética brasileira?

Os painéis contaram com pluralidade de palestrantes. Estiveram presentes Marcelo Prais, secretário geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS); Amilcar Guerreiro, diretor de Estudos de Energia Elétrica da EPE; o presidente da Brookfield Energia Renovável, Carlos Gros, junto de Priscila Lino, diretora de Estudos de Mercado da empresa; Luisa Franca, business developer da Engie Brasil e Gabriel Cavados, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Wärtsilä Brasil. A abertura e moderação do evento ficaram por conta de Alessandra Amaral (Energiza Comercializadora) e Jorge Alcaide (Wärtsilä), líderes do comitê do Setor Elétrico, e Paulo Cunha, consultor de Energia Elétrica da FGV.

O crescimento da participação de fontes intermitentes na matriz brasileira é expressivo e tem sido bastante discutido, pois suas características exigem importantes alterações nos critérios de planejamento e operação do sistema. Em 2017, o Brasil ocupou o 8º lugar e ultrapassou o Canadá no ranking de capacidade instalada de energia eólica, elaborado pelo Global World Energy Council. Atualmente, o Brasil possui um dos mais altos fatores de capacidade na produção eólica do mundo.

Para Marcelo, o ONS considera alguns atributos desejáveis para a matriz brasileira, como estar focada em sustentabilidade e energias renováveis. Mas, por outro lado, a previsibilidade é necessária. Para ele, as energias despacháveis são importantes nesse sentido, pois prescindem de uma fonte controlável. “Despachabilidade é aquele recurso que eu sei que tenho e posso contar. Ele não confronta uma fonte renovável, mas complementa”, ressaltou. Além disso, considera a flexibilidade e regularização do sistema como requisitos necessários à matriz.

De acordo com Amilcar Guerreiro, a participação de fontes renováveis na matriz elétrica brasileira deve se manter elevada. Em dezembro de 2016, a capacidade instalada era de 148,4 GW. Para 2026, a previsão é de 200,3 GW. “A gente já tem uma condição bastante favorável em termos de renovabilidade da matriz”, disse.

Marcelo apresentou uma análise sobre as energias eólica e solar no Brasil. Segundo ele, a primeira tem potencial concentrado de aproximadamente 80% no litoral Nordeste, região com condições mais favoráveis no fator de capacidade, e 20% na região Sul. Sob mesma ótica, o País possui uma vantagem que é a complementaridade das fontes, em que as energias de biomassa e solar conseguem produzir mais durante os períodos secos das hidrelétricas.

Segundo Marcelo, entre os desafios da operação, estão o aperfeiçoamento do modelo de geração eólica, a concepção de um modelo de geração solar e um aprimoramento dos requisitos necessários para incorporar grandes blocos de geração renovável na matriz.

Amilcar acredita que o país caminha para um novo serviço demandado: o de armazenamento de energia. Entre os pontos-chave para o mercado estão: a segurança energética, a expansão de redes inteligentes e incentivos às políticas governamentais, além de regulação. Para ele, as opções disponíveis para solucionar os problemas são a adoção de hidrelétricas reversíveis, o uso de geradores de partida rápida, baterias, flywheel e um sistema de poder solar concentrado.

Carlos Gros e Priscila Lino, da Brookfield, apresentaram os principais desafios para as comercializadoras com a intermitência, como os impactos no preço da energia, em que correm o risco de chegar ao valor nulo ou negativo. Um caso que exemplifica isso aconteceu em 2016, no Chile, onde a produção de energia solar foi tão intensa que se tornou gratuita e dificultou a geração de receitas pelas usinas e novos financiamentos das empresas.

Outros desafios são a flexibilidade operativa, com o risco de excesso de geração; os impactos nos custos de operação e manutenção; a necessidade de regras de vertimento das fontes intermitentes; os impactos no Mecanismo de Realocação de Energia (MRE), causados pela ausência dessas regras; e, por fim, a gestão do risco na comercialização por conta da volatilidade nos preços de energia no mercado de curto prazo e o risco de produção. “Eu tenho uma incerteza numa geração intermitente, que vai causar uma incerteza no meu despacho e com um perfil de preços muito variável”, afirmou Priscila.

Ambos acreditam que incentivos econômicos são importantes. Para haver eficiência no mercado, é fundamental que haja sinais econômicos corretos e o desenvolvimento de produtos e serviços, a fim de que as empresas possam diminuir os impactos da intermitência em seus negócios. “São vários desafios que, como setor, a gente tem que conversar e encarar”, finalizou Carlos.

Ligada a essa questão, está a presença do gás na garantia física da intermitência. Business developer da Engie Brasil, Luisa Franca falou sobre a saída das hidrelétricas como provedoras de energia. Segundo ela, a inclusão das térmicas na base traz benefícios consideráveis.
“As térmicas são uma fonte confiável. Elas têm uma boa despachabilidade. Por mais que você não possa fazer uma eventual sazonalização ou modulação, a térmica vai te dar uma certeza de geração”, disse.

Apesar disso, Luisa considera importante avaliar os impactos ambientais e, também, o custo gerado. “A gente vê uma descarbonização global, o carvão é uma fonte que ainda gera uma emissão de CO2 maior que o gás. O que a gente vê a longo prazo é que vai ter uma disponibilização de gás nacional, a um preço ainda como incógnita, mas que tende a ser competitivo para o setor elétrico”, completou.

Uma questão colocada pela engenheira foi a maneira como é possível harmonizar o setor elétrico com o setor de gás. No ano passado, o Ministério de Minas e Energia lançou a iniciativa “Gás para Crescer”, com intuito de estimular o mercado de gás no Brasil, e um dos pontos debatidos foi a harmonização dos setores.

Uma das diretrizes é usar o gás como combustível de transição. Na visão estratégica na Engie para o País, a descentralização é o caminho, as empresas fariam uma gestão da demanda e isso possibilitaria um maior poder do consumidor. Além disso, fiscalização e descarbonização são pontos fortes para impulsionar a ação do gás no crescimento nacional.

“A gente entende que no Brasil, mas principalmente no mundo, o gás é o combustível da transição energética. Ele vai ser e é essa fonte firmadora que possibilita a inserção de fontes intermitentes”, afirmou Luisa.

Gabriel Cavados, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Wärtsilä, apresentou as experiências da empresa fora do Brasil com energias renováveis. Para ele, é preciso que exista um sistema amigável de aplicação no portfólio das usinas flexíveis, para ser possível maximizar a geração renovável. “O seu sistema de geração tem que ter a capacidade e a flexibilidade operativa para você retirar ou inserir ele no momento que quiser”, ressaltou.

Para Gabriel, a eficiência das usinas pode atingir essa maximização por meio de duas formas: provendo o sistema das reservas operacionais necessárias e, também, com o uso de um sistema solar de baterias, que traz viabilidade econômica. “Hoje, a gente tem que tomar uma decisão para instalar a melhor usina que vai estar em operação daqui a 40, 50 anos”, afirmou.

Cavados contribuiu com a apresentação de um case internacional da cidade de Denton, no Texas, EUA. Lá, ficava localizada uma usina de carvão chamada Gibbons Creek. Após uma decisão coletiva, a cidade resolveu que precisava comprar 70% de energia renovável até 2019. Um dos motivos foi que, com a penetração de renováveis no Texas, foi observado um desenvolvimento em menor escala e perda de dinheiro. A problemática gerou um regime de especulação.

“Quando você tem grande volatilidade no seu preço, com baixa flexibilidade operativa, você começa a especular”, disse. A decisão mais econômica foi comprar 70% de energia por contratos de longo prazo renováveis, instalar uma usina flexível e operar o restante no mercado.

Ao fim, ele compartilhou duas aplicações que a Wärtsilä vê como importantes para a geração térmica no Brasil: através de um backup hídrico, em que blocos de energia são despachados em períodos de seca não planejada, e dando garantia para a geração eólica e solar.

Ao instalar quantidade adequada de geração flexível no sistema, a fim de possibilitar a utilização de renováveis, o Brasil pode evitar os problemas dos EUA e União Europeia. “Em um sistema com alta penetração de renováveis, você pode ter vertimento de renováveis, déficit de geração. Então, o seu portfólio para fazer o balanceamento tem que te dar opções suficientes de operar o sistema de modo acessível, confiável e sustentável em um longo prazo”, finalizou.

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