Glauco Diniz Duarte Empresa – Como funciona injeção eletrônica diesel
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, a injeção eletrônica foi desenvolvida em 1957 pela Bendix Corporation, uma empresa norte-americana que durante 1924 a 1983 fabricou diversos produtos como: rádios, televisores, computadores, sistemas de freio aeronáuticos e automotivos, sistema de controle de combustível para carros e aviões, dentre outros.
A Bendix resolveu vender o projeto Electrojector para uma outra empresa, a American Motors Corporation / AMC, outra organização norte-americana que foi comprada pelo grupo Chrysler Corporation em 1987. Inicialmente, a AMC tinha um planejamento para equipar o Electrojector no Rambler Rebel um clássico batizado com a seguinte frase: “um verdadeiro supercarro”, além de outras adorações.
Por algum motivo não revelado, a AMC não equipou o Rambler Rebel, mas o fez com carros de pré-produção. Eles até chegaram a ser equipados, entretanto não houve vendas para o público. Além disso, o sistema apresentava algumas falhas no começo como na hora de dar partida nas estações outono/inverno, ou seja, mais frias.
Os primeiros automóveis equipados com injeção eletrônica
Chrysler 300D, Dodge D-500, Plymouth Fury ano 1958 e DeSoto Adventurer, estes são de fato os primeiros automóveis equipados com injeção eletrônica da história. Em 1958, ou seja, um ano depois, o grupo Chrysler resolveu, junto com a Bendix Corporation, desenvolver o sistema para implantar nos automóveis mencionados acima, agora, obviamente, em parceria.
É claro que nem tudo foi um sucesso, mesmo com duas grandes empresas, e com a fundadora inicial, as falhas e os problemas foram surgindo e, com isso, veio mais uma reviravolta. Chrysler e Bendix não conseguiram controlar a alimentação do motor no mesmo instante, afinal a capacidade de processar o circuito eletrônico não era o suficiente naquele ano.
O fracasso não termina por aí, apenas 35 automóveis foram equipados. Com tanto problema nas mãos, a Bendix Corporation, então, decidiu largar o projeto e vender as suas patentes do Electrojector para a gigante alemã Bosch. Ela, a Bosch, modificou todo o sistema que passou a ser chamado, agora, de D-Jetronic. A alemã passou a adotar esse novo nome a partir de 1960, por Robert Bosch GmbH, e licenciou o conceito para muitos fabricantes de automóveis.
O projeto deles, sim, deu certo. O primeiro carro a receber o Bosch D-Jetronic foi um Volkswagen 1600TL/E. Junto com a Kombi e o Fusca, o 1600 possui uma grande história no mercado brasileiro da Volkswagen, isso porque eles foram o portfólio base da presença da montadora alemã em nosso país.
Os três modelos foram equipados com motores traseiros refrigerados a ar. Ainda, eram de fácil adaptação para outros sistemas como o sobrealimentação com superchargers ou turbocompressores – conheça a história e as diferenças entre turbo e compressor / supercharger.
Voltando a história, o sistema foi ganhando positividade e sucessos em seu funcionamento. Por meio de sensores, ele calculava o fluxo correto de massa de ar e assim, consequentemente, determinava a quantidade correta de combustível a injetar. Além do 1600TL/E, outros modelos começaram a recebê-lo como no caso do: Porsche 911, Mercedes-Benz Classe S e em outros veículos da Volvo, Citroen e da sueca Saab.
Definitivamente, a Bosch foi a empresa a fazer a injeção eletrônica funcionar bem e na prática. Podemos acompanhar ao longo da história a sua evolução e resultados positivos. Em 1974, ela apresentou a “transformação” do D-Jetronic, que já era um sucesso.
Desta vez, a grande novidade era a L-Jetronic. O “L” de L-Jetronic significa “ar”. O novo sistema contava com sensor de fluxo a ar – para medir temperatura e outro para pressão atmosférica para a massa de ar (ele foi equipado em 1974 no Porsche 914). Hoje, ele é conhecido como MAF.
A Motorola também ganhou destaque em 1980 lançando o EEC-III, que permitia a coordenação eficiente da alimentação e do funcionamento dos motores. Além de ter ganhado a confiança, o sistema acabou sendo popularizado.
Com a popularidade, houve uma grande mudança pelas fabricantes automotivas norte-americanas, europeias e japonesas em substituir o carburador por injeção eletrônica. E, isso ocorreu em 1980.
Infelizmente, no Brasil, ainda sofremos com a demora na chegada de novas tecnologias. Ao longo do tempo isso foi e ainda vai mudando, mas é claro que nos anos 80 essa demora era ainda maior. A injeção eletrônica chegou ao Brasil em 1988 como modelo 1989. O primeiro automóvel a receber o item foi o Volkswagen Gol GTi.
Podemos notar que aqui no Brasil ela ainda jovem, cerca de 28 anos, apenas, se comparado com países mais desenvolvidos.
Chevrolet Monza e Volkswagen Gol foram os primeiros carros por aqui a aposentar o carburador. A letra “i” passou a identificar os modelos injetados, como o Gol GTi. O Monza chegou a ganhar até edição especial, a 500 EF.
Hoje, todos os carros produzidos já saem de fábrica com injeção.
Como a injeção eletrônica funciona?
Notamos que o mundo automobilístico sofreu uma revolução com a chegada da injeção eletrônica. Atualmente, já está presente até mesmo nos veículos duas rodas, é o caso das motos de passeio e até mesmo de competição, por exemplo.
Mas, afinal, como ela funciona na prática? Como já informamos anteriormente na história, a injeção eletrônica de combustível tem a função de realizar o monitoramento do combustível que está indo para o motor para ser queimado.
Para funcionar, ela utiliza o combustível e ar. Com os dois trabalhando, ganham o que chamamos de mistura. Quanto maior a quantidade, mais o carro ganha velocidade.
A monitorização é feita por módulos e sensores — por isso do nome conter “eletrônica” — e assim jogam para dentro do motor a quantidade exata de combustível necessário para a queima no momento.
Quais os benefícios da injeção eletrônica?
Realizando o passo a passo apresentado acima, o carro fica mais econômico, o funcionamento do motor fica mais leve e gera menos poluição, que é o principal objetivo da injeção eletrônica.
Ao longo da história, mais eficiência ela foi ganhando e as oficinas mecânicas tiveram que se adaptar a nova tecnologia. Para checar a injeção é necessário verificar por meio de um computador e o jeito mais comum de fazer isso é pelas emissões de gases. Com isso, o carburador não deixou saudades para muitos mecânicos e donos de veículos.
Tudo o que o carburador fazia anteriormente a injeção faz hoje, mas com mais precisão e eficiência e o melhor, de forma totalmente eletrônica. Com os veículos modernos, a injeção faz constantemente as regulagens necessárias.
Para identificar algum problema, o próprio sistema irá avisar o motorista acendendo a luz da injeção no painel e o proprietário terá que levá-lo em uma oficina para checar o defeito, tudo por computador.