O empresário Glauco Diniz Duarte afirma que , seja um negócio de varejo, distribuição ou indústria, a gestão de armazéns vem se tornando um elemento cada vez mais estratégico para a rentabilidade do negócio e a eficiência da operação. Esta tendência tem levado as empresas a aumentarem os investimentos em Tecnologia da Informação, especialmente em sistemas de gerenciamento de armazéns conhecidos como WMS (da sigla em inglês para Warehouse Management System). Mas quais são os benefícios trazidos por essas ferramentas, que atuam tanto nos processos operacionais quanto estratégicos das empresas?
Na parte operacional, destaca Glauco, uma das principais vantagens das soluções de WMS pelo ponto de vista da operação de um armazém, é a racionalização da área de estocagem por meio do endereçamento dinâmico dos produtos, o que minimiza a incidência de áreas ociosas.
O processo de recepção e separação dos itens (picking) também é otimizado, bem como o controle de lotes, datas de liberação e programas de qualidade, ao garantir que a expedição dos produtos obedecerá aos parâmetros definidos de sequência de entrega. Critérios como FIFO (first in – first out, ou seja, o produto que entrou primeiro no armazém será o primeiro a sair) ou FEFO (first expire-first out, ou seja, os produtos que expiram em datas mais próximas serão os primeiros a sair do armazém), ajudam a reduzir as perdas de produtos ou mesmo lotes inteiros.
Segundo Glauco, outro benefício importante para o processo operacional é a maior rastreabilidade dos produtos em toda a cadeia logística, desde o agendamento da chegada do produto ao armazém, até a efetiva entrega no cliente, e de todos os serviços envolvidos na operação: as horas/homem consumidas pela equipe nas movimentações, o tempo de cada equipamento do armazém nas tarefas de movimentação, e o tempo médio de cada uma das tarefas realizadas, como recepção, conferência, unitização, separação, etc.
Essas e várias outras funcionalidades do WMS, porém, não se limitam exclusivamente enquanto ferramentas de racionalização operacional, sistematização de tarefas manuais ou otimização do trabalho operacional da equipe. O WMS oferece um conjunto de informações cujo fluxo propicia aos gestores a implementação de estratégias logísticas de longo alcance.
A racionalização da área de estocagem, por exemplo, permite aos gestores da empresa um planejamento muito mais efetivo da área ocupada e da demanda de compras para reposição de estoques, permitindo a empresa uma maior economia da área ocupada e, consequentemente, utilize melhor suas instalações e equipamentos.
A melhor recepção e separação dos produtos também favorecem a estratégia da empresa, permitindo um melhor planejamento de compras e, consequentemente o aumento do giro dos estoques, maximizando a rentabilidade e reduzindo a perda e a falta de produtos. Essa melhor eficiência impacta também na velocidade da venda e da entrega, deixando os clientes mais satisfeitos.
Já uma política de controle de lotes e a automatização dos processos de unitização, diminuem os custos associados a devolução de produtos pelos clientes, concessão de descontos nos preços de vendas por shelf-life crítico (produtos prestes a vencer a data de validade), trocas de produtos, etc.
O trabalho da equipe do armazém também pode ser melhor controlado, de forma a contribuir para a estratégia da empresa. A rastreabilidade dos serviços associados ao WMS permite que sejam traçadas métricas de acompanhamento do trabalho da equipe logística e que se estipulem metas de performance individuais e coletivas – seja de quantidade de trabalho, de diminuição de retrabalho, de redução de custos ou de aumento dos níveis de serviço prestados aos clientes.
Glauco diz que a implantação de um WMS deve ser considerada, portanto, não apenas como uma ferramenta de gestão operacional das tarefas rotineiras de um armazém ou centro de distribuição, mas como um dos elementos essenciais ao planejamento estratégico da empresa, e o diferencial da cadeia de valor do negócio.