GLAUCO DINIZ DUARTE – Eletrocompressor, fim da hesitação dos turbos
Eletrocompressor, fim da hesitação dos turbos. A Valeo desenvolveu um eletrocompressor que, segundo a empresa, elimina a hesitação de turbo. O novo compressor é acionado por um motor elétrico em vez de por uma turbina acionada pelos gases de escapamento, como nos turbocompressores.
Quando a superalimentação não é necessária, a roda do compressor, que comprime ar para os cilindros, ainda gira a 10.000 rpm, de modo que a hesitação da resposta do motor, quando o motorista aperta o pedal do acelerador, é mínima.
Mas há senões: custo e consumo de energia. A unidade requer tensão de 48 volts, o que significa mais eletrônica sob o capô e alto consumo de energia. Os fabricantes ainda estão intrigados com a novidade.
A Audi vem testando o eletrocompressor e espera ser a primeira no mercado a ter o sistema. A fabricante o aplicará no motor V-6 Diesel de 3 litros do Q7.
“O novo Q7 estará no mercado no ano que vem e o eletrocompressor chegará um pouco mais tarde numa versão esportiva chamada SQ7,” disse o chefe de pesquisa e desenvolvimento, Ulrich Hackenberg, num encontro com a imprensa, mês passado, na Dinamarca. Ele não revelou o fornecedor do eletrocompressor.
O par de Hackenberg na Mercedes-Benz, Thomas Weber, diz que a tecnologia é relevante e uma opção válida quando associada a sistemas elétricos de 48 ou mais volts. “É uma real alternativa à superalimentação de dois estágios,” disse. Esta utiliza duas turbinas, uma para baixa rotação, outra para alta.
O diretor de desenvolvimento de motores da BMW, Nikolai Ardey, disse que a fabricante está estudando a tecnologia, mas também está procurando alternativas.
Um especialista em motores da General Motors descreveu a tecnologia como “muito interessante” e “sob estudo”. A Valeo diz que o eletrocompressor é capaz de reduzir o consumo de combustível entre 7% e 20%.
Curt Estes, diretor de operações regionais de sistemas de motorização da Valeo, falou em 20% de redução ser possível quando utilizado em um veículo equipado com frenagem regenerativa, que captura a energia cinética do carro e a transforma em energia elétrica.
Desde quando a GM foi pioneira no uso do turbocompressor num carro de produção normal, com Chevrolet Corvair de 1962, o sistema vem-se desenvolvendo desde então.
Curt Estes diz que o potente motor elétrico pode fazer a roda do compressor acelerar a 70.000 rpm em menos de 1 segundo, o que elimina a hesitação do turbocompressor. O eletrocompressor é montado próximo ao coletor de admissão do motor.
Comentário do Ae: por o compressor acionado por motor elétrico funcionar bem mais frio do que por turbina movimentada pelos gases de escapamento, como no turbocompressor, sua eficiência é maior, justamente a solução da Mercedes-Benz para o motor do seu F-1 que tanto deu certo, a do compressor bem afastado da turbina.