Glauco Diniz Duarte Empresa – Injeção combustível diesel
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, com certeza você já ouviu falar da injeção direta de combustível, mas você sabe exatamente o que é e como funciona e quais são suas vantagens e cuidados?
Como surgiu a injeção direta?
Até meados de 1950, os fabricantes utilizavam o sistema de injeção direta de combustível apenas em motores movidos a diesel. Mas as coisas começaram a mudar pois os carburadores – o sistema que veio antes da injeção direta e indireta – estava ficando cada vez mais obsoleto por sua ineficiência e também por não conseguir atender às normas de emissão de poluentes, que estavam cada vez mais rígidas.
Foi então que em meados de 1950 os fabricantes começaram a produzir motores com injeção direta, mas isso acabou por um bom tempo ficando restrito apenas a protótipos ou carros de corrida. Um dos primeiros modelos que se tem conhecimento a usar o sistema foi o Mercedes-Benz 300 SL – que usava uma versão mecânica do sistema – mas era um modelo bastante raro, que não foi produzido em larga escala.
Coube então à Fiat dar a largada em 1988 com a produção do Croma com injeção direta a diesel – o chamado TDI. Logo após a chegada do Fiat Croma, a Audi entrou na corrida com o Audi 100 TDI. Foi assim que a indústria automotiva começou a se mexer para popularizar a tecnologia da injeção direta.
Como funciona a injeção direta e indireta?
Existem dois tipos de injeção: a direta, e a indireta. No caso da injeção indireta, o sistema tende a ser mais simples e eficiente, porém ele não é exatamente econômico, o que explica alguns modelos de automóveis beberem tanto combustível.
No caso contrário, o da injeção direta, o sistema também é simples, porém muito mais moderno e consegue alinhar potência com economia de combustível. A grande diferença entre ambos está, basicamente, no ponto onde ocorre a injeção do combustível. Na injeção indireta, ela ocorre ainda no coletor de admissão, fora do cilindro.
Já no sistema de injeção direta, o combustível é injetado diretamente no interior da câmara de combustão, permitindo uma queima mais eficiente. E com isso um desempenho mais coeso e com menos desperdício. Isso significa que o combustível é pulverizado dentro da câmara, o que resulta numa combustão completa e fazendo com que o motor entregue mais potência e ao mesmo tempo seja econômico.
Sim, além dos sistemas citados anteriormente, a indústria automotiva tem ainda os seguintes sistemas:
Injeção de duto único:
É o sistema de injeção direta para os motores movidos a diesel. O principal benefício é que a pressão de trabalho pouco se altera em função da rotação e da carga (abertura de acelerador) do motor; outro, que o sistema permite efetuar múltiplas injeções em um ciclo de trabalho, contra apenas duas dos dispositivos comuns. Em inglês usa-se a expressão common rail.
Injeção monoponto e multiponto:
A maior diferença entre estes dois sistemas, está na quantidade de bicos injetores. O sistema monoponto de injeção, conta com apenas um bico, enquanto que o sistema multiponto, como o nome já sugere, utiliza mais de um bico.
Injeção sequencial:
Esse tipo de injeção é semelhante ao do sistema multiponto, mas com a diferença que ele injeta a mistura em sequência, no exato momento da admissão de cada cilindro (este momento varia ligeiramente, pois os pistões não se movem no mesmo exato momento).
Este sistema permite um ganho extra de potência, além de ajudar a diminuir o consumo. Por aqui, essa tecnologia estreou no Chevrolet Vectra GSi de 1993, e atualmente equipa todos os carros com motores flex.
Injeção de óxido nitroso:
Este sistema é muito comum em carros preparados, ou que são feitos para competições. Este sistema injeta o óxido nitroso – N2O – junto ao combustível e ao ar. Ao entrar em contato com o calor da câmara de combustão, o N2O se dissocia em oxigênio e nitrogênio. O oxigênio atua então como comburente para o combustível e o nitrogênio resfria a câmara, ajudando a evitar a detonação.
Mas, qual é o melhor sistema? Injeção direta ou indireta?
Em termos de custo de produção, o sistema de injeção direta de combustível acaba sendo mais caro de se produzir, além de ter uma manutenção mais cara ao longo de sua vida. Mas em contrapartida, é o sistema mais benéfico, por conta do aumento de potência do motor, e do menor consumo de combustível.
Já o sistema de injeção indireta acaba por ser mais barato de se produzir, e mais fácil de se fazer a manutenção periódica. No entanto, a tecnologia já está um pouco defasada, além de fazer o motor consumir mais combustível e não trazer muita diferença no quesito de potência.
E a manutenção?
Assim como qualquer outro componente do veículo, é sempre recomendável verificar o manual do veículo, e fazer as manutenções de acordo com as definições da montadora. Como se trata de um sistema interno do motor, sempre faça as manutenções com peças originais e em oficinas especializadas, para não ter dor de cabeça, com peças adulteradas e que não correspondam ao modelo do seu motor.