GLAUCO DINIZ DUARTE – Caterpillar vai montar segunda fábrica brasileira no Paraná
A Caterpillar adquiriu uma fábrica na cidade paranaense de Campo Largo para instalar sua segunda unidade de produção no Brasil. O plano é levar para lá a produção de retroescavadeiras e carregadeiras de rodas de pequeno porte, desativando essas linhas na planta da empresa em Piracicaba (SP).
No terceiro trimestre do ano que vem, a Caterpillar espera iniciar a fabricação das primeiras máquinas na instalação paranaense, que foi erguida pela Chrysler no fim da década de 1990 para a montagem do Dakota. O começo dos trabalhos de adaptação da planta está previsto para o último bimestre deste ano.
O projeto está dentro de um programa de investimentos no país da ordem de US$ 180 milhões, incluindo o aporte na ampliação da fábrica de Piracicaba, que vai ganhar espaço para expansão de capacidade com o remanejamento da fabricação de retroescavadeiras e carregadeiras.
No total, a fábrica paranaense vai empregar mil pessoas quando estiver operando a plena capacidade. Durante apresentação à imprensa, o presidente da filial brasileira Luiz Carlos Calil disse que o fato de a companhia encontrar uma fábrica pronta, dentro dos padrões estabelecidos pelo grupo no mundo, determinou a decisão de levar o investimento a Campo Largo. “Percebemos que o layout (da fábrica) se encaixa em mais de 80% de nossas necessidades”, comentou o executivo, acrescentando que essa situação permitirá a Caterpillar antecipar a expansão no país.
Para a escolha da cidade paranaense, a Caterpillar avaliou diversas possibilidades dentro e fora de São Paulo nos últimos seis meses. A área do terreno em Campo Largo é de 1 milhão de metros quadrados, sendo que a fábrica ocupará 50 mil metros quadrados após a reforma. Também pesou na escolha do município a proximidade a “uma boa cadeia de abastecimento”, que já supre em parte as montadoras instaladas na região.
Além disso, Calil citou vantagens em logística já que a fábrica está a aproximadamente 120 km do Porto de Paranaguá. Atualmente, a Caterpillar brasileira exporta para mais de 120 países a partir de Piracicaba. Nesta unidade, que iniciou as atividades em 1976, a empresa planeja atrair fornecedores estratégicos para dentro do terreno de 3,8 milhões de metros quadrados onde a planta está instalada.
Como a companhia também quer incrementar a produção de outras linhas em Piracicaba, houve a necessidade de liberar espaço na área. Em Piracicaba, são fabricados 35 diferentes modelos de máquina.
Os investimentos no Brasil serão totalmente financiados por recursos próprios do grupo, incluindo uma parcela correspondente a um aporte da matriz americana. No evento, Calil evitou dar números sobre a capacidade de produção da nova planta, limitando-se a dizer que os volumes vão ser superiores ao que se produz hoje entre retroescavadeiras e carregadeiras em Piracicaba.
Os investimentos são estimulados pela tendência de maior demanda a partir de projetos de infraestrutura, aliada ao crescimento do setor de extração mineral, um dos grandes clientes da Caterpillar. O grupo prevê uma expansão média anual de 4% a 5% para a economia brasileira nos próximos 10 anos. “Isso vai estimular ainda mais os investimentos infraestruturais”, apontou Calil.
